PSD vence com 38,6 por cento e direita consegue maioria absoluta

O PSD obteve 38,6 por cento dos votos nestas eleições legislativas, elegendo 105 deputados. Os 11,7 por cento de votos do CDS valeram-lhe 24 deputados. Juntos, os dois partidos têm maioria parlamentar.



Os sociais-democratas conseguiram uma vantagem de mais de dez pontos sobre o PS, bem acima da distância que as várias sondagens durante a campanha indicavam.

Pedro Passos Coelho, o último dos líderes dos cinco principais partidos a falar esta noite, frisou a "vontade de mudança" que acabou por se traduzir no voto no PSD. "É uma vontade inequívoca de abrir uma janela de esperança e de confiança para o futuro", afirmou.

Passos Coelho garantiu, no seu discurso de vitória, que fará todos os esforços para assegurar que “os portugueses terão um Governo de maioria liderado pelo PSD”.

O líder do PSD disse acreditar que o entendimento com o CDS-PP é possível, até pelo que já ouviu de Paulo Portas.

“Esta noite quem ganhou foi Portugal”, afirmou Passos Coelho, que se mostrou satisfeito com o resultado, mas salientou que, devido à crise em que o país vive "este não é o momento para triunfalismos".

O PS ficou-se pelos 28,1 por cento de votos (73 deputados) – é o pior resultado socialista nos últimos 20 anos. As eleições de 1991, quando Cavaco Silva foi eleito primeiro-ministro pela terceira vez, tinham sido a última em que o PS tinha obtido menos de 30 por cento.

O resultado levou José Sócrates a assumir a derrota e a demitir-se do cargo de secretário-geral, num discurso ainda antes de o escrutínio ter terminado.

“Regresso à condição de militante de base. Deixarei a primeira linha da actividade política e não pretendo ocupar qualquer cargo político”, esclareceu Sócrates.

Já o CDS consegue nestas legislativas mais três deputados do que nas anteriores eleições. “Com menos cidadãos a votar, convencemos mais cidadãos a votar em nós”, observou esta noite Paulo Portas, que se mostrou preocupado com o número de pessoas que não foram às urnas.

A abstenção foi de 41,1 por cento, a mais elevada numas legislativas desde 1976.

O Bloco de Esquerda foi um dos derrotados da noite. O partido reduziu para metade o número de assentos na Assembleia da República, tendo obtido pouco mais de cinco por cento dos votos, muito longe dos quase dez por cento das últimas legislativas. O Bloco desce assim de 16 para oito deputados.

“O BE não atingiu os seus resultados, eu sou o primeiro dos responsáveis de não termos conseguido os resultados que queríamos”, disse Francisco Louçã, em conferência na sede do BE.

A coligação PCP e Os Verdes manteve praticamente inalterada a votação de 2009 (teve 7,9 por cento dos votos), mas elegeu mais um deputado. Ao todo, a CDU conseguiu 16 mandatos.

Os quatro deputados dos círculos da emigração ainda não são conhecidos. Duas freguesias boicotaram a votação.

Fonte: PUBLICO.PT