Heather Duval
03-25-2018, 08:47 AM
https://extra.globo.com/incoming/22519713-b26-3d4/w640h360-PROP/x75755680_ri-22-03-2018-pesquisadores-brasileiros-apresentaram-na-tarde-desta-quinta-feira-a-reconsti.jpg.pagespeed.ic.yl1Ty4TcDW.jpg
https://extra.globo.com/incoming/22519720-dc3-260/w448/x75755240_um-,P27carioca,P27-de-2-mil-anos-atraspesquisadores-brasileiros-apresentaram-na-tarde-desta-qu.jpg.pagespeed.ic.DvGJaG60gx.jpg
Pesquisadores brasileiros apresentaram nesta quinta-feira a reconstituição digital do rosto de um original “carioca da gema”. Muito antes das caravelas e dos navios negreiros aportarem na cidade, quando Jesus Cristo chegava à maioridade, um baixinho de cerca de um metro e meio e pele escura já vivia na região que hoje é o Rio. Pelo menos foi assim que o Departamento de Antropologia do Museu Nacional da UFRJ apresentou o indivíduo, um homem com idade estimada em 38 anos, que morou por aqui há cerca de 2 mil anos. Cariocas ouvidos pelo EXTRA simpatizaram com o conterrâneo, mas sentiram falta do semblante malandro.
A corretora de imóveis Elinez de Carvalho, de 40 anos, que nasceu no Bairro Jabour, na Zona Oeste, diz que mesmo com toda a miscigenação pela qual passou o país com índios e a chegada de imigrantes europeus, africanos e asiáticos no Rio, o carioca original passaria despercebido pela cidade:
— Talvez a estatura tenha subido para 1 metro e 70 cm, mas o rosto ainda é muito parecido. Claro que está falta
Apelidado de Ernesto — homenagem ao odontólogo Ernesto de Salles Cunha (1907-1977), um pioneiro nos estudos de paleonpatologia de povos antigos no Brasil —, ele teve seus restos desencavados nos anos 1980 em expedições no sambaqui (sítio arqueológico) do Zé Espinho, em Guaratiba.
— Quando o sambaqui do Zé Espinho foi escavado, foram encontrados 22 esqueletos humanos — lembra Murilo Quintans Bastos, bioarqueólogo do Museu Nacional e um dos responsáveis pelo projeto de reconstrução da face de Ernesto. — Escolhemos um dos mais bem preservados para representar como eram os antigos habitantes do Rio. Queríamos dar um rosto para esses povos para levar as pessoas a pensarem na importância da preservação de sítios arqueológicos como estes. São as únicas fontes de informações que temos sobre estas populações, já que elas sumiram antes de os portugueses chegarem aqui e não existem registros escritos ou arquitetônicos delas. Uma caveira não costuma ser tão simpática para as pessoas, mas um rosto já gera empatia.
Conterrâneos anônimos e famosos veem semblante com menos medo
Nem toda tecnologia e os avanços da ciência parecem ter sido suficientes para tornar o carioca mais relaxado. Para o vendedor ambulante de Cordovil, na Zona Norte, Alan da Silva Pinto, de 28 anos, o carioca original tem semblante menos malicioso:
— O carioca (de hoje) tem um ar mais malandro. Isso a gente ganhou com o tempo. Temos que enfrentar tantos perrengues que a vida deixa a gente com um semblante mais malicioso.
https://extra.globo.com/incoming/22519718-16e-672/w448/x75755640_ri-22-03-2018-pesquisadores-brasileiros-apresentaram-na-tarde-desta-quinta-feira-a-reconsti.jpg.pagespeed.ic.lELQ5tkgFv.jpg
Já a atriz Thaissa Carvalho, que vive a youtuber Celeste Beyoncé na novela “Apocalipse”, acredita que o momento de violência que a cidade vive fez o carioca ficar mais tenso e passear menos.
— Vejo um rosto assustado, um corpo nem tão bronzeado como antes.
Para o ator carioca Carlos Bonow, que interpreta o médico Helder em “O outro lado do paraíso” o típo fisico dos atuais nativos da cidade mudou:
- Vejo pessoas com um cabelo dourado largado, rosto corado, boca carnuda, olhos esverdeados como o mar e algumas sardinhas.
https://extra.globo.com/noticias/rio/cariocas-dizem-que-ancestral-de-2-mil-anos-nao-tem-ar-da-malandragem-22519762.html
https://extra.globo.com/incoming/22519720-dc3-260/w448/x75755240_um-,P27carioca,P27-de-2-mil-anos-atraspesquisadores-brasileiros-apresentaram-na-tarde-desta-qu.jpg.pagespeed.ic.DvGJaG60gx.jpg
Pesquisadores brasileiros apresentaram nesta quinta-feira a reconstituição digital do rosto de um original “carioca da gema”. Muito antes das caravelas e dos navios negreiros aportarem na cidade, quando Jesus Cristo chegava à maioridade, um baixinho de cerca de um metro e meio e pele escura já vivia na região que hoje é o Rio. Pelo menos foi assim que o Departamento de Antropologia do Museu Nacional da UFRJ apresentou o indivíduo, um homem com idade estimada em 38 anos, que morou por aqui há cerca de 2 mil anos. Cariocas ouvidos pelo EXTRA simpatizaram com o conterrâneo, mas sentiram falta do semblante malandro.
A corretora de imóveis Elinez de Carvalho, de 40 anos, que nasceu no Bairro Jabour, na Zona Oeste, diz que mesmo com toda a miscigenação pela qual passou o país com índios e a chegada de imigrantes europeus, africanos e asiáticos no Rio, o carioca original passaria despercebido pela cidade:
— Talvez a estatura tenha subido para 1 metro e 70 cm, mas o rosto ainda é muito parecido. Claro que está falta
Apelidado de Ernesto — homenagem ao odontólogo Ernesto de Salles Cunha (1907-1977), um pioneiro nos estudos de paleonpatologia de povos antigos no Brasil —, ele teve seus restos desencavados nos anos 1980 em expedições no sambaqui (sítio arqueológico) do Zé Espinho, em Guaratiba.
— Quando o sambaqui do Zé Espinho foi escavado, foram encontrados 22 esqueletos humanos — lembra Murilo Quintans Bastos, bioarqueólogo do Museu Nacional e um dos responsáveis pelo projeto de reconstrução da face de Ernesto. — Escolhemos um dos mais bem preservados para representar como eram os antigos habitantes do Rio. Queríamos dar um rosto para esses povos para levar as pessoas a pensarem na importância da preservação de sítios arqueológicos como estes. São as únicas fontes de informações que temos sobre estas populações, já que elas sumiram antes de os portugueses chegarem aqui e não existem registros escritos ou arquitetônicos delas. Uma caveira não costuma ser tão simpática para as pessoas, mas um rosto já gera empatia.
Conterrâneos anônimos e famosos veem semblante com menos medo
Nem toda tecnologia e os avanços da ciência parecem ter sido suficientes para tornar o carioca mais relaxado. Para o vendedor ambulante de Cordovil, na Zona Norte, Alan da Silva Pinto, de 28 anos, o carioca original tem semblante menos malicioso:
— O carioca (de hoje) tem um ar mais malandro. Isso a gente ganhou com o tempo. Temos que enfrentar tantos perrengues que a vida deixa a gente com um semblante mais malicioso.
https://extra.globo.com/incoming/22519718-16e-672/w448/x75755640_ri-22-03-2018-pesquisadores-brasileiros-apresentaram-na-tarde-desta-quinta-feira-a-reconsti.jpg.pagespeed.ic.lELQ5tkgFv.jpg
Já a atriz Thaissa Carvalho, que vive a youtuber Celeste Beyoncé na novela “Apocalipse”, acredita que o momento de violência que a cidade vive fez o carioca ficar mais tenso e passear menos.
— Vejo um rosto assustado, um corpo nem tão bronzeado como antes.
Para o ator carioca Carlos Bonow, que interpreta o médico Helder em “O outro lado do paraíso” o típo fisico dos atuais nativos da cidade mudou:
- Vejo pessoas com um cabelo dourado largado, rosto corado, boca carnuda, olhos esverdeados como o mar e algumas sardinhas.
https://extra.globo.com/noticias/rio/cariocas-dizem-que-ancestral-de-2-mil-anos-nao-tem-ar-da-malandragem-22519762.html