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YDNA: R1b-L21 > DF13 > S1051 > FGC17906 > FGC17907 > FGC17866
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Não conheço o trabalho dele como jornalista para ser sincero. Quanto ao livro, é apenas uma história concisa de Espanha relatada de uma forma pouco ortodoxa.
Deixo aqui um excerto para veres o estilo:
"19. Uma Jogada de Mestre
Foi no princípio do século XVI, com a Espanha já unificada territorialmente e com a aparência de Estado mais ou menos moderno, com a América descoberta e uma forte influência comercial e militar em Itália, no Mediterrâneo e nos assuntos da Europa, paradoxalmente prestes a ser a potência mundial mais fixe do Ocidente, que pouco a pouco começámos a lixar tudo. Em vez de nos dedicarmos às nossas coisas, a partir a espinha dorsal aos nobres – que não pagavam impostos – e burgueses entrincheirados em foros e privilégios territoriais, e a engatar rainhas e reis portugueses para pormos a capital em Lisboa, ser potência marítima e olhar para o Atlântico e para a América, que eram o futuro, enlameámo-nos até ao pescoço em futuras guerras de família e religião europeias onde não tínhamos perdido nada e onde perderíamos tudo. E foi uma pena, porque originalmente a jogada era sonora, e além disso parecia termos a sorte no bolso. Os Reis Católicos tinham casado a sua terceira filha, Joana, precisamente com Filipe, o Belo, da Áustria; um bonitão de família poderosa que, infelizmente, era um bocadinho tonto. Mas como o príncipe herdeiro de Espanha, João, tinha batido a bota muito novo, e a segunda filha também, então Joana e Filipe conseguiram a coroa após a morte dos seus respetivos pais e sogros. Mas correu-lhes mal. Ele, como eu disse, era um trapaceiro que, para sorte nossa, morreu cedo, para grande alívio de todos menos da sua legítima esposa, apaixonada até à ponta dos cabelos (também estava meio chanfrada, ao ponto de ter ficado para a História como Joana, a Louca). No entanto, o filho que tiveram saiu inteligente, eficaz e com tomates. Chamava-se Carlos. Era loiro, a atirar para o ruivo, bem educado na Flandres, e herdou o trono de Espanha, por um lado, e o do Império Alemão, pelo outro; pelo que foi Carlos I de Espanha e V da Alemanha. Aqui começou com o pé esquerdo: veio como herdeiro sem falar castelhano sequer, trazendo os seus compadres e amigos da escola para lhes dar os cargos importantes; provocando um ataque de nervos nobiliário do camandro. Além disso, estando a borrifar-se regiamente para os foros e restantes coisas, começou a governar com desprezo pelos usos locais, desconhecendo, por ser novo e palerma, com quem se estava a meter. Afinal, os senhores já têm dezoito capítulos desta História lidos, mas ele ainda não a tinha lido, e pensava que os Espanhóis eram, por exemplo, como os Alemães: cidadãos exemplares, dispostos a parar no semáforo vermelho, marcar o passo de ganso e denunciar o vizinho ou esturricar o judeu quando é estipulado pela legislação vigente; e não quando, como aqui, a uma pessoa lhe sai dos cornos. Por isso, imaginem a kaleborroka8 que foi sendo organizada; mais ainda quando Carlos, que, como eu já disse, estava mal habituado e não fazia ideia com que malta lidava, exigiu às cortes mundos e fundos para se fazer coroar imperador. No fim conseguiu, mas meteu o pé na argola. Por um lado, foi a sublevação de Castela, ou guerra comuneira, na qual as pessoas suaram sangue até, depois da batalha de Villalar, os chefes serem decapitados. Por outro lado, no reino de Valência deu-se a insurreição chamada das Germanias: esta foi mais da populaça descontrolada, com excessos anárquicos, saques e assassínios que terminaram, para alívio dos próprios valencianos, com a derrota dos rebeldes em Oriola. De qualquer forma, Carlos cheirou o perigo e compreendeu que esta cena tinha de ser manobrada a partir de dentro e com vaselina, porque o potencial estava aqui. Por isso começou a espanholizar-se, a apoiar-se numa Castela que era mais dócil e tinha menos bazófias forais do que outras zonas periféricas, e, enfim, a encarar com calma este país de filhos da mãe. Nessa altura, contando com a América, que continuava a crescer, e também com meia Itália (segurámo-la com mão de ferro, mantendo o papa acagaçado), com o Mediterrâneo ocidental e as possessões do norte de África conquistadas ou prestes a serem conquistadas, o império espanhol incluía a Alemanha, a Áustria, a Suíça, os Países Baixos e parte de França e da Checoslováquia. A isso juntar-se-iam de seguida novas terras com as explorações do Pacífico. Resumindo: estava a ficar em ponto de rebuçado não se pôr o sol no império hispânico. Parecia ter-nos saído a sorte grande do Natal, e até os bascos e os catalães, como sempre que há massa e negócios pelo meio, mostravam adorar chamar-se espanhóis, falar castelhano e rolar na palha no presente e no futuro. Benvinguts, Zorionak, Espanha é do caraças e coisas assim. Com a caixa registadora a fazer plim, plim, plim o tempo todo. Mas então, lá pelas brumas nortenhas europeias, começou a soar o nome de um obscuro sacerdote alemão chamado Lutero. E a festa ficou lixada."
YDNA: R1b-L21 > DF13 > S1051 > FGC17906 > FGC17907 > FGC17866
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Madame Bovary
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Ya veo parece interesante y entretenido a la vez.
Resumindo: estava a ficar em ponto de rebuçado não se pôr o sol no império hispânico. Parecia ter-nos saído a sorte grande do Natal, e até os bascos e os catalães, como sempre que há massa e negócios pelo meio, mostravam adorar chamar-se espanhóis, falar castelhano e rolar na palha no presente e no futuro. Benvinguts, Zorionak, Espanha é do caraças e coisas assim. Com a caixa registadora a fazer plim, plim, plim o tempo todo. Mas então, lá pelas brumas nortenhas europeias, começou a soar o nome de um obscuro sacerdote alemão chamado Lutero. E a festa ficou lixada."
, ama decir que España se equivoco de igesia y que debió seguir la germanización, que es el camino a seguir.
Buena lectura
hasta luego
Tann
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