Aproveitam o sucesso de Lisboa, mas oferecem cidades mais calmas e (ainda) mais baratas.

A gargalhada de Joaquim Santos espalha-se pelo autocarro. "É a primeira vez que faço de guia turístico", confessa o presidente da CDU da Câmara do Seixal, ao microfone. Mas não é a primeira vez que mostra a zona ribeirinha do concelho a um grupo de potenciais investidores estrangeiros. É uma espécie de autarca-promotor imobiliário. O que, na verdade, está em linha com o que têm feito os seus vizinhos socialistas, eleitos apenas em Outubro, do Barreiro e de Almada. Inês de Medeiros até regressou há dias de uma viagem à Coreia do Sul para apresentar a empresários o projecto da Cidade da Água, que transformará os antigos estaleiros da Lisnave. E ainda na passada segunda-feira, 2 de Julho, Frederico Rosa alterou à última hora a sua agenda para mostrar os terrenos da Quinta Braamcamp, sobre o rio, a interessados que o contactaram na véspera.

Visitas como esta têm-se multiplicado nos últimos meses, conta o autarca barreirense. É, diz, um trabalho muitas vezes "invisível". Até quando isso significa terminar uma reunião de Câmara à meia-noite e seguir para Lisboa para um encontro que dura mais duas ou três horas, concretiza. "Temos de ir a todas."

No Seixal, a visita de um pequeno grupo de empresários franceses foi o lado público deste trabalho de bastidores, que tem levado os autarcas a salões imobiliários de Cannes ou Paris e a visitas a várias cidades no estrangeiro. A manhã de meados de Abril começara com uma apresentação no auditório da câmara. Dito de outro modo, iniciara-se com uma sessão de vendas interactiva. No ecrã, durante alguns minutos, lia -se "Uma terra com um mar de oportunidades" sobre uma imagem da baía ao pôr-do-sol. Depois, um vídeo acrescentaria que o Seixal é "um paraíso às portas de Lisboa".

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