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Lisboa vai receber as Jornadas Mundiais da Juventude, em 2022, depois de a capital portuguesa ter sido escolhida para acolher um evento que reúne milhões de jovens de todo o mundo. O anúncio foi feito pelo Papa Francisco, este domingo, na Cidade do Panamá.
“Será um grande acontecimento para Portugal e para os jovens portugueses de todas as origens”, refere uma nota publicada no site da Presidência assim que o anúncio foi feito. Marcelo, que saúda a confirmação da escolha, “comemorou a notícia juntamente com todos os peregrinos e voluntários portugueses” presentes na cerimónia de encerramento das jornadas, no Panamá, acrescenta a mesma nota.
A expectativa era alta e a presença de vários responsáveis políticos e do episcopado português deixava antever uma confirmação de que Lisboa poderia mesmo ser a cidade escolhida para a próxima edição daquelas jornadas. Na Cidade do Panamá, o Presidente da República, o secretário de Estado da Juventude e do Desporto, o presidente da Câmara Municipal de Lisboa e, ainda, o cardeal-patriarca de Lisboa ouviram o líder da Igreja Católica confirmar a escolha, no final da cerimónia de encerramento das jornadas deste ano.
Logo após o anúncio, e já depois de ter recebido os cumprimentos de Marcelo Rebelo de Sousa, o Papa Francisco dirigiu-se a uma zona lateral do espaço onde a cerimónia decorreu e teve um breve encontro com Fernando Medina e com um grupo de jovens portugueses que estiveram na Cidade do Panamá a assistir ao encerramento da edição deste ano das Jornadas Mundiais da Juventude. Depois de cumprimentar o líder da Igreja Católica, Fernando Medina registou o momento com uma selfie.
A celebração das próximas Jornadas Mundiais da Juventude em Lisboa significa que, ao longo de um ano, nas várias atividades religiosas e culturais desenvolvidas, milhões de pessoas vão passar pela cidade. Na candidatura de Lisboa, para a edição de 2022, o Parque do Tejo e do Trancão, por baixo da Ponte Vasco da Gama, foi apresentado como o local para as grandes celebrações com o Papa.
As bases aéreas da Ota e do Montijo foram outras opções equacionadas mas, segundo o jornal especializado em religião Sete Margens, foram ultrapassadas.
De acordo com o mesmo jornal, o Parque do Tejo e do Trancão vai acolher duas celebrações: uma vigília noturna e a missa de encerramento das Jornadas Mundiais da Juventude (JMJ). No culminar das jornadas, já com a presença do chefe da Igreja Católica, é habitual estarem concentrados mais de um milhão de pessoas para assistir à missa (em Madrid, em 2011, participaram 1,5 milhões de jovens na cerimónia).
As Jornadas Mundiais da Juventude foram inauguradas por João Paulo II, em 1985, e nas últimas edições têm-se realizado a cada três anos. No Panamá, na 34ª edição das Jornadas Mundiais da Juventude, são esperados cerca de 200 mil jovens vindos de 155 países. Nesse grupo estão cerca de 300 portugueses de 12 dioceses e seis congregações e movimentos diferentes (entre Salesianos, Caminho Neocatecumenal, Equipas de Jovens de Nossa Senhora, Juventude Mariana Vicentina, Schoenstatt e Focolares).
A delegação portuguesa incluiu também 30 voluntários e seis bispos, nomeadamente Manuel Clemente, cardeal-patriarca de Lisboa, Joaquim Mendes, presidente da Comissão Episcopal do Laicado e Família e bispo auxiliar de Lisboa, José Cordeiro, bispo de Bragança-Miranda, Manuel Felício, bispo da Guarda, D. Nuno Almeida, bispo auxiliar de Braga e Virgílio Antunes, bispo de Coimbra.
Papa lança “influencers” católicos do século XXI
O Papa Francisco chegou ao Panamá na quarta-feira para cumprir a tradição e presidir à cerimónia que encerra um ano de encontros e de partilha de experiências de muitos milhares de jovens. No seu último discurso antes de encerrar as Jornadas Mundiais da Juventude deste ano, foi aos jovens que o chefe da Igreja Católica falou, para pedir-lhes que se tornem “influencers do século XXI”, numa referência a um termo usado pelos utilizadores das redes sociais mais jovens para se referirem a alguém visto como modelo a seguir.
Francisco aproveitou o exemplo da Virgem Maria para mostrar como “se tornou na mulher que mais influenciou a história” — bastou essa menção para arrancar o aplauso e gritos da audiência.
Maria era uma jovem de Nazaré, não ia às redes sociais da época e não era uma ‘influencer’, mas sem querer tornou-se na mulher que mais influenciou a história”, explicou o Papa Francisco. “Maria, a ‘influenciadora’ de Deus”, definiu, acrescentando que ela tinha a força de saber dizer sim.
Aos olhos da Igreja, ser um influencer significa “ser guardião das raízes, guardião de tudo o que impede as nossas vidas de se tornarem gás e evaporarem-se em nada”. Mas, alerta também, “não se está a dar raízes ou alicerces à juventude”.
Sem educação é difícil sonhar com um futuro. Sem trabalho é muito difícil ter futuro, família e estar na comunidade”, sublinhou o Papa.
À chegada ao Panamá, no primeiro discurso perante os responsáveis políticos do país, o chefe da Igreja Católica sublinhou, de imediato, a importância de combater “qualquer forma de corrupção na política” e defendeu a adoção de uma cultura de transparência nos governos e no setor privado.
Nesse mesmo dia, já perante um público diferente, o Papa Francisco apelou aos milhares de jovens concentrados na capital do Panamá para promoverem discursos de união. E, num tempo em que alguns querem construir muros, Francisco pediu que se construíssem pontes.
In O Observador
https://observador.pt/2019/01/27/pap...-da-juventude/
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