500 anos depois de Fernão de Magalhães: como os espanhóis usam a história para menorizar Portugal e atacar o seu Governo

Um dia depois da Real Academia de História espanhola criticar Portugal por nos tentarmos associar às comemorações do V centenário da viagem de Fernão de Magalhães, o Expresso ouviu historiadores que lembram que o exímio navegador português só quis encontrar uma rota alternativa para chegar às Molucas e importar cravinho
Manuela Goucha Soares
MANUELA GOUCHA SOARES
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Teresa Magalhães, filha de pais portugueses e jovem estudante no Reino Unido, teve muita dificuldade em convencer os colegas que tinha o mesmo apelido que o famoso navegador Fernando de Magallanes, a quem muitos erradamente atribuem o projeto de querer fazer a primeira viagem de circum-navegação. Para além de Teresa, são muitos os portugueses que torcem o nariz em exposições (mundo fora) que ignoram a nacionalidade portuguesa de Fernão de Magalhães — Fernando de Magallanes para os espanhóis. O assunto seria apenas mais uma picardia nacionalista luso-espanhola se a Real Academia de História espanhola não tivesse emitido um dictamen este domingo, em resposta a um desafio do diretor do diário “ABC”, Bieito Rubido, onde este elenca um conjunto de argumentos que são usados como munições numa guerra de Alecrim e Manjerona.

Atribuindo alegadas intenções de furto do patrocínio da grande aventura de Magalhães, o diretor do “ABC” reagiu com “espanto e vergonha à notícia da apropriação ilegítima por parte das autoridades portuguesas da paternidade da expedição”. O artigo publicado pelo ABC a 10 de março, acusa Portugal de ter “iniciativas como a Rede de Cidades de Magalhães ou a Rota de Magalhães, apresentada na Unesco, na qual [o navegador] Elcano e o papel da Espanha foram excluídos ou subalternizados”.







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