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Thread: Conflicto na Ucrânia - Tópico em Língua Portuguesa

  1. #111
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    "Não quero voltar num caixão." Soldados russos recusam voltar à Ucrânia para combater

    Grupo de bloggers russos estima que 20% a 40% de soldados russos que já estiveram na Ucrânia a combater recusam voltar. Estatuto de "operação especial" em vez de guerra torna punição mais difícil.

    Dmitri faz parte de uma brigada de elite do exército russo que esteve a combater na Ucrânia, depois de ter entrado no país vindo da Bielorrússia, no início da invasão. Atualmente numa base militar em Belgorod, cidade russa perto da fronteira ucraniana, foi informado de que será novamente enviado para combater — mas, neste momento, recusa-se a fazê-lo. E, como ele, outros colegas terão a mesma posição.

    “Muitos de nós simplesmente não querem regressar. Quero voltar para a minha família e não quero voltar num caixão”, disse Dmitri. Este não é o verdadeiro nome do soldado, que o jornal The Guardian decidiu não divulgar para proteger a sua identidade. Mas é esta a situação de Dmitri e de oito dos seus camaradas, que informaram os comandantes de que não tencionam voltar a combater na Ucrânia. “Eles ficaram furiosos. Mas finalmente lá se acalmaram, porque não podiam fazer grande coisa.”

    O caso da brigada de Dmitri não é o único. A edição russa da BBC também deu a conhecer o caso de Sergey Bokov, um soldado de 21 anos que passou 37 dias a combater na Ucrânia e que em abril foi enviado de volta para a Rússia, também para uma zona próxima da fronteira, com ordens para voltar a zona de combate em breve. “Se quiserem, julguem-nos, façam o que quiserem, não vamos mais para a guerra”, assegurou à BBC.

    A Conflict Intelligence Team, um coletivo de investigação de bloggers russos, estima neste momento que entre 20% a 40% dos soldados russos que estiveram colocados em Kiev, Chernihiv e Sumy e que entretanto regressaram à Rússia, estarão a recusar voltar a combater na guerra da Ucrânia.

    Também Mikhail Benyash, advogado, garante ao Guardian que tem sido contactado por “centenas e centenas” de soldados que o procuram para pedir aconselhamento jurídico sobre situações semelhantes. Benyash diz que entre eles estão 12 membros da guarda nacional da cidade russa de Krasnodar, que foram demitidos por recusarem ir para a Ucrânia.

    "Os comandantes tentam ameaçar os soldados com temporadas detidos, mas nós dizemos aos soldados que eles podem simplesmente recusar”, explica o advogado.
    Porquê? Porque, não tendo a Rússia feito nenhuma declaração de guerra formal à Ucrânia, “não há base legal para abrir um processo criminal se um soldado recusar lutar [fora] quando está colocado em território russo”. Podem, sim, ser despedidos do exército.

    Isso não impede o exército russo de continuar a ameaçar os soldados que recusam ir para a linha da frente. Sergey Bokov contou à BBC que soube do caso de 20 mercenários que abandonaram a base militar russa para onde toda a sua companhia foi transferida. Os comandantes disseram aos seus soldados que, se fizessem o mesmo, seriam detidos, acusados e enfrentariam uma pena de 10 anos de prisão. “Isso afinal não era verdade, mas eu não sabia isso à altura. Não queria ir, morrer e matar. Mas também não queria ir para a prisão”, resume o soldado.

    Caso a Rússia venha a declarar guerra, a situação alterar-se-á para todos estes soldados. “Em tempo de guerra, as regras são completamente diferentes. As recusas têm penalizações muito mais pesadas e eles enfrentariam algum tempo na prisão”, explica Mikhail Benyash.

    Fonte: https://observador.pt/2022/05/13/nao...para-combater/
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  2. #112
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    É bom saber que vocês Europeus estão sendo feito de peões! EUA sempre cutucou a Russia, assim os EUA consegue aliados para enfrentar seu maior inimigo atual...A China

  3. #113
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    Quote Originally Posted by luc2112 View Post
    É bom saber que vocês Europeus estão sendo feito de peões! EUA sempre cutucou a Russia, assim os EUA consegue aliados para enfrentar seu maior inimigo atual...A China
    A maioria das pessoas estão completamente lavadas ao cérebro, entretanto está a arder em lume brando a ruína das economias europeias com sanções que estão a prejudicar mais quem as faz do que os sancionados.
    Quote Originally Posted by Autrigón View Post
    Europe is fake, european race doesn't exist, it's just a conglomeration of retardeds from their own land.

  4. #114
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    Quote Originally Posted by Sebastianus Rex View Post
    A maioria das pessoas estão completamente lavadas ao cérebro, entretanto está a arder em lume brando a ruína das economias europeias com sanções que estão a prejudicar mais quem as faz do que os sancionados.
    Sim mas isso é apenas o começo, o gasto militar da União Européia vai aumentar com parte das armas sendo Made in USA. Putin já tentou se aproximar do ocidente querendo fazer parte da OTAN e não foi aceito.

    Sobre lavagem cerebral, mesmo eu não concordando com a invasão Russa, algumas coisas não da pra negar. A ucrânia aceitou ser bucha de canhão, algumas reuniões com a cúpula da OTAN antes da invasão alimentando uma esperança de membro, crianças e idosas com amas de madeira sendo "treinadas" em Kiev e nenhum plano de evacuação de civis para o interior onde os Russos não iriam atacar. Os Ucranianos não enfrentam os Russos em campo aberto, onde eles perderiam e estariam sem escudos humanos.

  5. #115
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    A guerra dentro da guerra: Putin tira o tapete a Prigozhin e diminui "protagonismo" do grupo Wagner na Ucrânia (e do seu rival no futuro)



    As últimas movimentações de Yevgeny Prigozhin indiciam que o mercenário já entendeu a mudança de atitude do Kremlin


    Líder do grupo Wagner tinha "posição privilegiada" na Rússia. Com alguns sucessos na linha da frente, Prigozhin ofuscou ministro da Defesa e criticava-o. Putin viu o perigo e retirou-lhe protagonismo.

    Alexey Stolyarov, genro do ministro da Defesa russo, colocou recentemente ‘gosto’ numa publicação do Instagram contra a guerra na Ucrânia, que a caracterizava como “sem sentido e sangrenta”. A imprensa russa apurou que esta não terá sido a primeira vez que, nas redes sociais, este familiar de Sergei Shoigu reagia favoravelmente a mensagens antibélicas. Em sua defesa, Alexey Stolyarov garantiu que “nunca” pôs ‘gosto’ em nenhuma publicação do género e alegou que se tratava de uma “manipulação por photoshop“.

    A polémica não passou ao lado do líder do grupo Wagner, que perdeu o seu quase lugar de número dois de Vladimir Putin. Yevgeny Prigozhin deixou de ser visto com bons olhos no Kremlin. Apesar de dirigir a milícia que conseguiu a última vitória russa (Soledar) e que continua a ter na mira a conquista de Bakhmut, o mercenário “ofuscou” e ganhou uma preponderância na guerra indesejável para a imagem do Presidente russo — e, talvez por isso, este tenha passado a criar dificuldades à atuação dos mercenários. Mas o antigo homem de confiança de Putin já entendeu a campanha que está em marcha contra si e por isso aproveita para comentar todas as controvérsias relacionadas com Moscovo.

    Na última, Yevgeny Prigozhin mostrou disponibilidade para treinar o genro de Sergei Shoigu “durante seis semanas”. “Vou ajudá-lo a melhorar e a enviá-lo para as operações de combate”, sugeriu o mercenário nas redes sociais. Um blogger, considerado um aliado do grupo Wagner, foi mais longe e associou a polémica ao ministro da Defesa russo. “Shoigu não tem condições para continuar no cargo. Se tivesse um pingo de decência, teria resignado.”

    Este episódio mostra a tensão entre o Ministério da Defesa e o grupo Wagner, sendo igualmente “revelador” de que “o ambiente interno na Rússia não é saudável”, comenta, em declarações ao Observador, o major-general na reserva Isidro de Morais Pereira. Da parte de Yevgeny Prigozhin, os alvos dos ataques são claros: Sergei Shoigu e os generais russos, como Valery Gerasimov, o comandante Supremo das Forças Armadas de Moscovo.


    Shoigu e Gerasimov são os principais alvos de Yevgeny Prigozhin


    A emergência do grupo Wagner e de Prigozhin

    Numa guerra lenta e com particular foco na região em redor de Bakhmut durante os meses de inverno, o líder do grupo Wagner aproveitou para ter um papel mais ativo na linha da frente, substituindo muitas vezes o papel das forças lideradas pelo Ministério da Defesa. A milícia paramilitar “começou a ter um protagonismo demasiado evidente” no teatro de operações, diz Isidro de Morais Pereira. E o facto de as suas tropas serem primordiais para o sucesso da Rússia agradava a Yevgeny Prigozhin.

    “A habilidade da milícia Wagner em avançar na Ucrânia e em ganhar batalhas contra as Forças Armadas ucranianas era e é importante para o estatuto de Prigozhin na Rússia”, sustenta, em declarações ao Observador, a especialista em entidades não estatais russas no Instituto Dinamarquês de Estudos Internacionais, Karen Philippa Larsen.

    Com um líder que gosta de ter os holofotes virados para si (Prigozhin chegou mesmo a estar na linha da frente e a ser entrevistado pelos canais russos) — aliado a uma certa inércia das tropas russas durante o inverno –, o grupo Wagner “começou a ofuscar de alguma forma a atuação das forças regulares do Ministério da Defesa russo”, indica Isidro de Morais Pereira, que dá conta de que o mercenário também se rodeava “de um conjunto de bloggers militares” que faziam propaganda aos sucessos que conseguia obter na Ucrânia.

    A “posição privilegiada” de Prigozhin

    Soledar foi o maior sucesso do grupo Wagner nos últimos meses. A cidade de 10 mil habitantes, que conta com uma importante mina de sal, foi a maior vitória recente não só deste grupo, como também da Rússia na guerra da Ucrânia. Puxando dos galões, Yevgeny Prigozhin saudou, nas redes sociais, o facto de as unidades da milícia paramilitar terem assumido “o controlo de todo o território”, frisando que, no decorrer da ofensiva, não tinha havido qualquer participação das forças controladas pelo Ministério da Defesa russo.

    No entanto, o ministério chefiado por Sergei Shoigu divulgou logo depois um comunicado em que congratulava as “ações absolutamente heróicas e altruístas” das forças russas — sem nunca mencionar o papel da milícia privada. Yevgeny Prigozhin não gostou e disparou contra o Ministério da Defesa nas redes sociais, alegando que Shoigu tentava “constantemente roubar a vitória dos mercenários Wagner” com a finalidade de “menosprezar os méritos do grupo”.



    A conquista de Soledar foi alvo de discórdia entre o Grupo Wagner e o Ministério da Defesa

    O Ministério da Defesa russo acabou por dar o braço a torcer e deu os créditos ao grupo Wagner. A operação de Soledar foi “realizada com sucesso pelas ações corajosas e altruístas das unidades de assalto voluntárias da companhia militar privada Wagner”. Mas o líder da milícia paramilitar não ficou satisfeito, lamentando haver “ameaças” dentro da Rússia e estar em marcha uma “luta entre ramos, burocracia, corrupção e dirigentes políticos que se querem manter no lugar”, numa alusão à pasta de Sergei Shoigu.

    As críticas ao Ministério da Defesa russo multiplicaram-se ao longo do último mês. “Chegou uma altura em que o próprio Prigozhin, face a alguns sucessos, foi dizendo que era ele que conseguia os sucessos no campo de batalha, que o Ministério da Defesa e os seus generais eram profundamente incompetentes e que a Rússia ainda não tinha conseguido alcançar os objetivos a que se propunha na Ucrânia por culpa do Ministério da Defesa”, descreve Isidro de Morais Pereira.

    Na ótica de Karen Philippa Larsen, o líder do grupo Wagner desfrutava mesmo de uma “posição privilegiada” durante o outono e o inverno, em que era “das muito poucas pessoas na Rússia” que “podia criticar a liderança militar” do país pelo desempenho militar na Ucrânia. Este “benefício” fez com que Yevgeny Prigozhin ganhasse espaço mediático, convertendo-se, segundo a especialista dinamarquesa, numa “figura política forte em alguns círculos sociais na Rússia”, especialmente entre os mais radicais.

    Esse privilégio do mercenário não durou muito, ainda assim — e começou a incomodar o Kremlin, principalmente o Presidente russo, Vladimir Putin. No final de janeiro, um relatório do think tank norte-americano Instituto para a Guerra dava conta de que o Chefe de Estado decidiu “diminuir a dependência de Prigozhin e das suas forças irregulares” no conflito na Ucrânia, desejando centralizar o esforço de guerra sob a alçada do Ministério da Defesa russo.

    O mesmo documento referia que a “esperança” do grupo Wagner em ter um papel “mais proeminente nos assuntos militares” não passou de “ilusão”. As últimas movimentações de Yevgeny Prigozhin indiciam que o mercenário já entendeu a mudança de atitude do Kremlin. “Ele sente que está a perder a sua posição privilegiada, que o beneficiou a si e à milícia. E claro que ele não a quer perder”, afirma Karen Philippa Larsen.

    A mudança de atitude de Putin e do Ministério da Defesa

    A especialista dinamarquesa acredita que os atuais esforços do Ministério da Defesa russo passam por “nivelar o equilíbrio de poder”, uma vez que o ministério perceciona que Yevgeny Prigozhin se tornou uma “figura política muito forte”, querendo evitar a criação de um poder paralelo na área militar.

    Para Isidro de Morais Pereira, é um facto que “Prigozhin deixou de ser apoiado da forma como vinha a ser apoiado”, tendo ficado com “menos protagonismo” no teatro de operações. Numa demonstração de autoridade, o Ministro da Defesa começou a cortar no apoio concedido ao grupo Wagner. E os mercenários, lembra o major-general português na reserva, não detêm “aviões nem têm toda a parafernália de armas de apoio”, equipamento que é gerenciado pelo governo da Rússia.

    Recentemente, o líder dos Wagner queixou-se da falta de munições. “O Chefe do Estado-Maior [Valery Gerasimov] e o ministro da Defesa dão ordens para que não se deem munições ao grupo paramilitar Wagner, mas também para não o ajudar com o transporte aéreo”, reclamou, atirando a seguir que persiste em Moscovo “uma oposição frontal que nada mais é do que uma tentativa de destruir os Wagner”. “Pode ser comparada a uma traição à pátria, pois a milícia Wagner luta por Bakhmut e sofre centenas de baixas todos os dias”.

    Numa ação mediática, o líder do grupo Wagner divulgou uma fotografia com soldados mortos, apontando o dedo a Sergei Shoigu. “Quem é culpado pela morte deles? Os culpados são aqueles que deviam ter resolvido a questão de nos serem dadas munições suficientes”, lamentou, asseverando depois que, por muito difíceis que sejam as circunstâncias, os mercenários não vão deixar Bakhmut. “Nós vamos simplesmente lutar até todos morrerem. E quando morrermos, provavelmente Shoigu e Gerasimov terão de pegar nas metralhadoras.”

    Contrariamente ao que aconteceu em Soledar cerca de um mês antes, o Ministério da Defesa não cedeu à argumentação da milícia Wagner, assinalando, em comunicado, que “todas as declarações feitas de cabeça quente sobre falta de munições não correspondem à verdade”. O tom da nota mostrava de igual forma uma certa animosidade direcionada aos mercenários, designando-os simplesmente como “voluntários”. “O comando do grupo conjunto de tropa [na Ucrânia] dá atenção especial, constante e prioritária ao fornecimento de tudo o que é necessário aos voluntários e soldados das unidades de assalto.”

    “Todas as solicitações de fornecimento para as unidades de assalto serão respondidas o mais rápido possível”, concluía o Ministério da Defesa da Rússia num comunicado a 22 de fevereiro. No dia a seguir, Yevgeny Prigozhin comunicava, nas suas redes sociais, que teria sido dado o início “ao envio de munições” para a sua tropa privada, mas não detalhou quais nem quantas seriam.

    Para Karen Philippa Larsen, este episódio evidencia as movimentações do Kremlin para “afastar” Yevgeny Prigozhin. E a especialista dinamarquesa dá outros exemplos que mostram que há um esforço para o mercenário perder protagonismo no conflito da Ucrânia, tais como as restrições atualmente em vigor “para recrutar em prisões”, ou o rumor de que “os meios de comunicação sociais foram informados para não fazerem referência ao que o líder do grupo Wagner diz, incluindo as críticas contra o Ministério da Defesa”.

    Outro dos fatores que Karen Philippa Larsen aponta para a perda de interesse do Kremlin em apoiar as atividades do grupo Wagner deve-se à possibilidade de os mercenários “já não serem mais úteis” para Vladimir Putin. As Forças Armadas russas “já tiveram tempo para preparar a sua estrutura” e “adotá-la à situação atual”. Ou seja, a nova vaga de soldados que foi treinada no inverno já está na linha da frente, empenhada numa nova ofensiva que visa recuperar os territórios perdidos. Por conseguinte, o governo russo considera que as tropas da milícia já não são precisas.



    Contraofensiva russa já terá começado

    “Prigozhin foi sempre uma força útil ao próprio Vladimir Putin. Mas apenas até um determinado ponto, em que Putin teve de escolher entre os voluntários e os seus generais”, constata Isidro de Morais Pereira. “Se não estivesse ao lado dos generais, o próprio Putin seria deposto. Quem tem o poder, em último caso, são as próprias Forças Armadas”, aclara.

    E agora? “Este folhetim não acabou”

    Perante a perda de confiança do Ministério da Defesa, Isidro de Morais Pereira considera que o líder do grupo Wagner não vai ficar de braços cruzados. Muito pelo contrário. “Esta peripécia e este folhetim ainda não acabou”, vaticina.

    A especialista dinamarquesa concorda, salientando que o líder paramilitar “não quer perder” os privilégios que ganhou nos últimos meses, assim como o estatuto de braço armado da Federação Russa. O que fará no futuro ainda é uma incógnita, mas é de esperar que Yevgeny Prigozhin continue a criticar o Ministério da Defesa, esperando que as operações militares das forças leais a Sergei Shoigu sejam um fracasso.

    O que, para já, parece estar mais longe de se concretizar são as alegadas aspirações de Yevgeny Prigozhin, que desejaria ocupar um cargo no Ministério da Defesa — e estarão ainda mais longe os sonhos de chegar à presidência russa. Um relatório do Instituto para a Guerra de 22 de janeiro indica que, apesar de o líder paramilitar ter imaginado que os seus esforços na guerra continuariam a contribuir para aumentar o seu capital militar e político, o Presidente russo terá querido “colocá-lo no seu lugar” — e evitar a emergência de um novo rival no futuro.

    O poder do líder Wagner possui “limitações reais”, conclui o think tank norte-americano, acrescentando que a sua atuação continua dependente da proximidade com o Presidente russo. Na relação entre os dois, é Vladimir Putin quem continua a ter a faca e o queijo na mão — e Yevgeny Prigozhin continua a ser um subordinado.

    Porém, mesmo que o governo russo consiga controlar e silenciar as críticas do grupo Wagner, as “fricções internas” no Kremlin devem acentuar-se num futuro próximo, defende Isidro de Morais Pereira. Até, porque a situação na Ucrânia e a falta de sucessos militares poderá levar a que a liderança de Vladimir Putin “seja colocada em causa”, assim como o papel do “ministro da Defesa e do seus generais”.

    Fonte: https://observador.pt/especiais/a-gu...val-no-futuro/
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  6. #116
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    Drones na Crimeia e sabotagem na Rússia. A primavera trouxe os primeiros sinais da contraofensiva ucraniana?



    ▲Esta vaga recente de ataques, em pontos que não tinham sido atacados há vários meses, surge no início de março, numa altura em que tipicamente os russos e os ucranianos celebram a chegada da primavera

    Ucrânia celebrou derrota do "terror do inverno" com chegada da primavera. Ao mesmo tempo, Mariupol, Crimeia e até territórios russos já foram atacados. Operações de bandeira falsa ou ataques de Kiev?

    Um “ataque terrorista” levado a cabo por “neonazis” ucranianos. O Presidente russo, Vladimir Putin, manifestou, esta quinta-feira, a sua indignação pela entrada de um grupo de militares da Ucrânia em território russo: terão conseguido atravessar a fronteira da Rússia, deslocar-se cerca de 170 quilómetros dentro das fronteiras russas e chegar à região de Bryansk. Kiev nega as acusações e fala numa “operação de bandeira falsa” levada a cabo pela Rússia.

    Moscovo tem reportado a existência de supostos ataques da Ucrânia (ou, pelo menos, tentativas de ataques) em várias localidades que a Federação Russa alega administrar em solo ucraniano, como a Crimeia ou Mariupol — e que Kiev tem interesse em reconquistar. Contudo, as operações supostamente ofensivas já atingiram território russo, como um drone que sobrevoou uma aldeia perto de Moscovo, ou, agora, a alegada entrada de militares ucranianos em Bryansk.

    Esta vaga recente de ataques, em pontos que não tinham sido atacados há vários meses e outros que nunca tinham sido alvo de alegadas ofensivas ucranianas, surge no início de março, numa altura em que tipicamente os russos e os ucranianos celebram a chegada da primavera. Coincidência ou não, é nesta estação do ano que o Ocidente espera que a Ucrânia comece a já anunciada contraofensiva. Com o armamento moderno ocidental a chegar a território ucraniano, aliado a uma melhoria das condições atmosféricas (os próximos dias mostram temperaturas acima do habitual para esta época do ano), poderá este ser o início de um novo tipo de iniciativas da Ucrânia na guerra?

    Os dirigentes ucranianos têm transmitido a mensagem de que o período mais duro para a resistência do país pode ter acabado. Essa ideia ficou expressa no discurso diário do Presidente ucraniano desta quarta-feira. “Este inverno acabou. Foi muito difícil e, sem exagero, todos os ucranianos sofreram dificuldades. Mas conseguimos garantir à Ucrânia energia e aquecimento”, afirmou Volodymyr Zelensky.

    Ainda mais longe foi o chefe da diplomacia ucraniano. Dymtro Kuleba, que escreveu na sua conta pessoal do Twitter que Vladimir Putin tinha “sofrido outra grande derrota” a 1 de março. “Apesar do frio, da escuridão e dos ataques com mísseis, a Ucrânia preservou e derrotou o terror do inverno”, saudava o ministro dos Negócios Estrangeiros, assinalando também que a “Europa não congelou, apesar do gozo e das previsões russas”.


    À parte estes ataques em zonas como a Crimeia ou Bryansk, certo é que o ponto mais quente do conflito continua a ser Bakhmut, localidade onde as forças ucranianas receiam perder terreno nos próximos dias. Mas estarão já a colocar em marcha outro plano ofensivo, desta feita maior e mais ambicioso?

    Como foram os ataques dos últimos dias em território disputado pela Rússia e Ucrânia?

    Esta vaga de ataques invulgares começou no final da semana passada em Mariupol, cidade que foi palco de intensos combates até maio de 2022, altura em que foi conquistada pelas forças russas após meses de resistência. A localidade no sul da Ucrânia, e que dá acesso ao Mar de Azov, foi bombardeada recentemente pelas forças de Kiev. “Estou chocado com os ataques em Mariupol. O inimigo definitivamente começou algo novo”, sublinhou Ivan Utenkov, um dos mais conhecidos bloggers militares russos.

    Esta segunda-feira, no seu relatório diário sobre a guerra, o ministro da Defesa britânico dava conta de que dirigentes pró-russos “reportaram pelo menos 14 explosões” em redor de Mariupol. “Os locais dos incidentes incluíram um armazém de munições, dois depósitos de combustível e uma fábrica siderúrgica que servia como base militar.”

    Adicionalmente, o governo britânico admite que a Rússia que possa ficar “preocupada” com estas “explosões inexplicáveis”, ainda para mais ocorrendo numa “zona que antes estava fora das capacidades” ucranianas de ataque. “Apesar de devastada pela guerra, Mariupol é importante para a Rússia porque é a maior cidade que a Rússia conquistou em 2022 e que ainda controla”, nota o ministério britânico, que sublinha que a localidade integra também “uma importante rota logística”.


    Nunca confirmando oficialmente a autoria dos ataques numa cidade que a Ucrânia quer voltar a controlar pela sua importância simbólica e estratégica, Nataliya Humeniuk, porta-voz das forças armadas ucranianas, assinalou apenas que a “inacessibilidade é um conceito muito relativo”. “O que é considerado inalcançável nem sempre o é. Mariupol já não é completamente inalcançável para nós.”

    Ainda mais a sul, na Crimeia, a Rússia denunciou uma vaga de ataques com drones. O porta-voz do Ministério da Defesa russo, Igor Konashenkov, divulgou, na quarta-feira, que saiu “frustrada uma tentativa do regime de Kiev em realizar um ataque massivo com drones contra as instalações da Península da Crimeia”. Em concreto, o responsável militar detalhou que foram abatidos seis equipamentos ucranianos. “Não houve vítimas nem danos materiais” do lado russo.

    O conselheiro de Volodymyr Zelensky, Mykhailo Podolyak, também se pronunciou sobre os ataques na Crimeia, mas não os reivindicou. O responsável da presidência ucraniana enfatizou apenas que a Ucrânia “não realiza ataques contra o território da Rússia” — e que se limita a conduzir uma “guerra defensiva com o objetivo de libertar todos os seus territórios”. De salientar que a Ucrânia encara a península, anexada ilegalmente pela Rússia em 2014, como parte integrante do seu território nacional.




    ▲ Mykhailo Podolyak diz que Ucrânia está numa "guerra defensiva com o objetivo de libertar todos os seus territórios"

    Operação de bandeira falsa ou sabotagem ucraniana na Rússia?

    O território russo também não ficou imune a esta nova vaga de ataques. Durante a manhã de terça-feira, o governo russo suspendeu por algumas horas os voos no aeroporto de São Petersburgo, por conta da presença de um “objeto não-identificado”, idêntico a um drone. A Rússia não detalhou se se tratou de um equipamento ucraniano, nem a Ucrânia reivindicou a autoria daquilo que poderia ser uma invasão do espaço aéreo russo.

    Mas, no mesmo dia, o Ministério da Defesa da Rússia adiantou que tinha intercetado três drones ucranianos: um na região de Krasnodar, outro em Adiguésia e ainda um terceiro a 100 quilómetros de Moscovo, nas proximidades da aldeia de Gubastovo. A pasta liderada pelo ministro Sergei Shoigu acusou o regime de Kiev de tentar “atacar locais de infraestruturas civis” com drones. Mas a Ucrânia nunca se pronunciou sobre estes ataques aéreos.


    Esta quinta-feira, a Rússia denunciou então a entrada de um “grupo de sabotadores” no seu território. A imprensa do país frisava que tinham existido inclusive situações de confronto, incluindo civis. Uma delas terá ocorrido quando “vários residentes” foram feitos reféns por militares da Ucrânia dentro de uma loja, na aldeia de Lyubechan. O governador russo da região de Bryansk, Alexander Bogomaz, assinalou igualmente que “os sabotadores abriram fogo contra um carro em andamento”. “Como resultado dos tiros, um residente morreu e uma criança de dez anos ficou ferida.”

    Alegadamente, após este episódio, Vladimir Putin teria ordenado uma reunião de urgência do Conselho de Segurança, mas a informação foi mais tarde desmentida. O porta-voz do Kremlin, Dmytro Peskov, confirmava, ainda assim, que se mantinha na agenda do Presidente russo a reunião com as altas patentes militares marcada para esta sexta-feira — onde o tópico deverá ser abordado.

    Do seu lado, a Ucrânia negou que tenha estado por detrás desta operação, assegurando não ter tido conhecimento prévio desta entrada de combatentes seus em território russo. As Forças Armadas de Kiev sugeriam que as “forças militares da Rússia podiam recorrer a provocações, de forma a descredibilizar a Defesa” ucraniana. A mesma argumentação foi esgrimida por Mykhailo Podolyak, que, no Twitter, caracterizou a operação como uma “provocação deliberada clássica”. “A Federação Russa quer assustar o seu povo e justificar o ataque contra outro país.”


    Na prática, Kiev acusava Moscovo de desencadear operações contra os seus próprios interesses — alguns deles dentro do seu próprio território — para depois acusar a Ucrânia de ser a autora material desses ataques. A teoria da Ucrânia sai reforçada pelo relatório diário do think tank norte-americano Instituto para o Estudo da Guerra, da véspera. No documento desta quarta-feira, o organismo sinalizava que as “autoridades russas” estariam a “intensificar a promoção de operações de bandeira falsa para desviar a atenção da falta de ganhos tangíveis no campo de batalha” e, também, para “retardar o fornecimento dos tanques ocidentais” e outro tipo de ajuda militar do Ocidente às forças de Zelensky.

    “O ressurgimento recente de várias operações de bandeira falsa sugere que as autoridades russas estão a tentar mitigar os impactos informativos de uma contínua falta de sucessos russos no campo de batalha”, lê-se no documento do Instituto para o Estudo da Guerra, que também estipula que o “Ministério da Defesa russo e os altos funcionários” deverão aumentar o seu “envolvimento nestas operações de informação”, à medida que a ofensiva russa em curso em Lugansk se aproxima do fim e os detalhes da contraofensiva de Kiev estão a ser ultimados.

    Sem garantias de que o ataque desta quinta-feira tenha partido de sabotadores ucranianos, ou que se tenha tratado de uma operação de bandeira falsa, a Rússia garantiu, ainda assim, que retaliou contra o grupo, expulsando-o do território do país. “O inimigo foi empurrado para território ucraniano, onde foi alvo de um ataque massivo de artilharia”, indicaram os serviços de informações russos em comunicado.

    Prenúncio da contraofensiva com a chegada da primavera (e das temperaturas mais altas)?

    Caso se confirme que os ataques mais recentes simbolizam o início de uma nova contraofensiva, a Ucrânia conta com condições atmosféricas de feição. O relatório desta quinta-feira do Ministério da Defesa britânico antevê que as temperaturas subam. Em consequência, a neve deverá derreter — e os terrenos ficarão lamacentos. “Isso vai limitar o movimento transfronteiriço, o que vai providenciar uma vantagem militar para as forças de defesa.”

    “As temperaturas durante o dia aumentarão e estarão graus positivos”, indica o Ministério da Defesa, que antevê que essa tendência deverá continuar durante as próximas semanas. Nos próximos dias, por exemplo, Bakhmut pode chegar aos 7 graus positivos, com as mínimas a ficarem-se nos -1º.

    As condições meteorológicas “no final de março” serão ainda menos favoráveis para as movimentações transfronteiriças, sublinha o relatório, acrescentando que isso “dificultará” o movimento de veículos blindados mais pesados, especialmente em terrenos mais complexos como Bakhmut. No final, isso acabará por ajudar a Ucrânia.


    A possível retirada da Ucrânia em Bakhmut. Como está o ponto mais quente da guerra?

    Atualmente, Bakhmut continua a ser palco de intensos combates. E a Ucrânia já admite um cenário de retirada, apesar de continuar a resistir. O deputado ucraniano Serhiy Rakhmanin acredita que, “mais cedo ou mais tarde”, as tropas de Kiev “terão de sair” da localidade. “Não faz sentido resistir a qualquer custo”, disse o parlamentar, citado pelo Guardian, destacando contudo que Bakhmut continuará a ser “defendida” por “vários motivos”. “O primeiro [consiste em] infligir o máximo de perdas possíveis à Rússia e fazer com que a Rússia gaste munições e recursos.”

    O Presidente da Ucrânia já tinha concedido que a situação em Bakhmut está a agravar-se para as tropas ucranianas. “A situação está a tornar-se cada vez mais difícil”, indicou no discurso diário da passada quarta-feira, apontando para o facto de o “inimigo” continuar a destruir “sistematicamente tudo o que pode ser usado para proteger” as posições de Kiev.

    Ainda assim, o líder do grupo Wagner, Yevgeny Prigozhin, sublinhou que as “tropas ucranianas” estão a tentar defender Bakhmut “ferozmente” e “com toda a sua força”. “Dez mil soldados ucranianos estão ferozmente a repelir ataques. O derrame de sangue aumenta todos os dias.”


    ▲ Ucrânia admite retirada de Bakhmut


    A confirmar-se a tomada de Bakhmut pela Rússia, esta seria a maior vitória do país em território ucraniano nos últimos tempos. No entanto, a Ucrânia pode estar a tentar desviar as atenções das tropas russas — e, talvez, a preparar uma nova contraofensiva, como já aconteceu em setembro. Nessa altura, Kiev montou uma campanha de informação que levou a que todos os olhares se centrassem em Kherson. E acabou a desencadear uma operação de larga escala em Kharkiv, que apanhou as forças russas de surpresa e permitiu recuperar o controlo de uma importante fatia de território, 500km a norte.

    Já se começam a notar alguns prenúncios de que o modelo possa ser repetido. Os próximos dias e semanas deixarão mais claro se Kiev repete a estratégia — e de que forma a Rússia consegue responder a essa contraofensiva primaveril.

    Fonte: https://observador.pt/especiais/dron...iva-ucraniana/
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    Quem foram os países que mais ajudaram a Ucrânia, até agora? Instituto alemão fala em “apoio muito limitado” a Kiev

    Espanha é um dos países que deram (ou prometeram dar) menos ajuda bilateral à Ucrânia, mas salta para o top 5 quando se inclui o apoio europeu e o peso de Espanha na UE. Portugal, aí, fica em 11º.


    Portugal está em 12º lugar no ranking dos países que, em percentagem do tamanho da respetiva economia, mais ajuda prestaram (ou prometeram prestar) à Ucrânia – ajuda económica e militar. Este ranking, que não considera o apoio dado em comum pela União Europeia, revela que Espanha é um dos países que menos apoio bilateral deram, ao passo que as nações do leste europeu são as que fizeram o maior esforço até agora, dada a posição geográfica. Porém, o maior auxílio à Ucrânia vem, de longe, dos EUA.

    As conclusões estão num estudo do think tank alemão Kiel Institute, um dos mais influentes no país, que criou um tracker detalhado sobre a assistência financeira e militar prestada à Ucrânia, para que esta resista à invasão russa que começou a 24 de fevereiro de 2022.


    Espanha é um dos países europeus que dão menor ajuda em termos bilaterais, algo que o El Mundo classifica como uma “dissonância considerável” entre o discurso público de Pedro Sánchez e a realidade. Madrid deu, apenas, 0,03% do seu Produto Interno Bruto (PIB). Portugal deu o equivalente a 0,21% do seu PIB anual. Porém, quando se soma às ajudas bilaterais a porção de apoio empenhado pela Comissão Europeia (à luz do peso de cada país na União), então Espanha só é superada pela Alemanha, França, Itália e Polónia. E, aí, Portugal está em 11º lugar.

    Os dados revelam que, em termos comparativos, cada cidadão português ajudou a Ucrânia com 44 euros, mais do que os 17 euros de Itália e muito mais do que os 8 de Espanha. Os EUA deram 193 euros por habitante e o Reino Unido ajudou a Ucrânia com 122 euros por cada cidadão.

    “É notável que os EUA, sozinhos, entregaram consideravelmente mais [à Ucrânia] do que todos os países europeus somados, sobretudo porque é na vizinhança próxima destes países que a guerra está a acontecer”, escreve o Kiel Institute, cujo estudo se baseia nos auxílios prestados ou prometidos até 15 de janeiro de 2023. Por outro lado, “os países do leste europeu estão entre os mais generosos, sobretudo quando se incluem os custos com o acolhimento de refugiados”.

    Porém, a guerra na Ucrânia está a mobilizar quantias “pequenas” quando se compara com aquilo que aconteceu noutras guerras. “A despesa anual dos EUA com a guerra na Coreia, Vietname e Iraque foi muito maior do que aquilo que está a ser gasto na Ucrânia”, refere o instituto. E, de um modo geral, “os governos europeus mobilizaram 10 vezes mais fundos para subsídios energéticos dentro do seu país do que aquilo que mobilizaram para a Ucrânia”.

    Ou seja, diz o Kiel Institute, “olhando para esta questão de um modo alagado, o apoio internacional à Ucrânia, até ao momento, tem sido bastante limitado”.

    Fonte: https://observador.pt/2023/03/05/que...mitado-a-kiev/
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    Afinal, o que se passa em Bakhmut? A cidade em ruínas que a Ucrânia transformou numa nova Azovstal para esgotar os russos

    Um impasse reina em Bakhmut: Ucrânia pode espantar russos, mas o Kremlin pode cercar a cidade. Kiev pode estar a sacrificar a cidade, agora em ruínas, para esgotar os recursos dos Wagner e Kremlin.


    À primeira vista, não há nada em Bakhmut por que lutar. Quase toda a população — pouco mais de 70 mil pessoas — fugiu da cidade na região de Donetsk quando a investida russa chegou à cidade. O território foi transformado num enorme cemitério com 42 quilómetros quadrados de edifícios em ruínas. E, na terra lamacenta, abriram-se trincheiras no espaço que sobra.

    Apesar da paisagem devastadora em Bakhmut, que mesmo antes da invasão de 2022 já tinha sido palco de confrontos na guerra de 2014, a cidade salineira transformou-se no mais recente emblema da resistência ucraniana. Como Mariupol ou a fábrica de Azovstal. E, para a Rússia, é apetecível precisamente pelo mesmo motivo: puro simbolismo.

    Agora, vive-se um impasse em Bakhmut, explica a Forbes. A cidade vai cair, mas ninguém arrisca adivinhar para que lado. Das duas, uma: ou as tropas do Kremlin se aproximam definitivamente das duas estradas que os ucranianos usam para entrar e sair de Bakhmut, obrigando-os a recuar para não ficarem cercados; ou a resistência contra-ataca com força suficiente para espantar os russos.

    Neste momento, as tropas russas estão junto a Khromove, onde fica uma estrada que os ucranianos usam para reabestecerem, e cercaram um posto de gasolina na estrada 0504 — a segunda e última estrada. Ainda assim, a situação atual acaba por ser sempre mais favorável à Ucrânia do que à Rússia porque os soldados de Vladimir Putin estão a perder poder de combate a cada avanço e recuo. As últimas estimativas de Kiev dizem que a Rússia perdeu cinco vezes mais soldados em Bakhmut do que as forças de Volodymyr Zelensky.

    É, no fundo, como se os russos já tivessem perdido, mesmo que conquistem a cidade: se forem empurrados para fora de Bakhmut, a luta acaba, mas milhares de russos morreram num combate que não trouxe qualquer avanço bélico. Se conquistarem efetivamente a cidade, as perdas já foram tão significativas que o controlo de Bakhmut não se traduziria num importante ganho na guerra.

    A leitura partiu de Lloyd Austin, secretário da Defesa dos Estados Unidos: “Acho que é mais um valor simbólico do que um valor estratégico e operacional”. Bakhmut não tem indústrias significativas, nem infraestruturas essenciais e sem redundâncias noutros pontos da Ucrânia. Por isso, “a queda de Bakhmut não significaria necessariamente que os russos mudaram o rumo desta luta”, citou o Al Jazeera.

    A Ucrânia sabe disso — e pode estar a utilizar Bakhmut como mero campo de exercícios para cansar os russos. Ou seja, o esforço de segurar Bakhmut servirá também para obrigar os russos a perderem cada vez mais armamento e soldados.

    A estratégia não está a agradar aos soldados ucranianos, que, debaixo dos ataques aéreos da Rússia, acusaram o Presidente da Ucrânia de ter transformado Bakhmut numa “picadora de carne”, conta o The Kyiv Independent. O Kremlin desperdiça soldados e munições, sim, mas onde as tropas ucranianas também se sentem à deriva, sem treino militar e sem meios para contra-atacar.

    Aliás, um conselheiro da presidência ucraniana disse esta segunda-feira que há consenso dentro do exército ucraniano para “continuar a defender” Bakhmut “Existe um consenso entre os militares sobre a necessidade de continuar a defender a cidade e a desgastar as forças inimigas, enquanto são construídas novas linhas de defesa”, disse Mykhaylo Podolyak, assessor da presidência ucraniana, numa altura em que se especulava sobre uma eventual retirada das forças comandadas por Kiev. Entretanto, foi anúncio um reforço das tropas ucranianas no local.

    Mas há mais em jogo. Uma derrota russa em Bakhmut consagraria o grupo Wagner — a companhia privada de soldados russa — como uma peça importante no terreno de operações. Esta cidade de Donetsk foi o principal investimento do grupo Wagner para demonstrar o seu poder de resposta, mas os soldados privados (quase todos ex-presidiários) foram gradualmente substituídos por tropas do Kremlin ao longo das últimas semanas.

    Isso “reteve a iniciativa para as operações russas em torno da cidade”, considerou o Instituto para o Estudo da Guerra — uma entidade norte-americana de especialistas que interpreta as informações que chegam do campo de batalhas. Se a Rússia, com a estratégia atual, vencer, isso indicia que o grupo privado Wagner — que agora está em rota de colisão com o Ministério da Defesa russo — não acrescentou grandes avanços no terreno de operações. Se, pelo contrário, for derrotado, a perceção poderá ser a contrária.

    O responsável do grupo mercenário russo Wagner admitiu que as tropas ucranianas vão defender a cidade sitiada “até ao fim”. “Eles vão lutar por Artiomovsk [nome russo para Bakhmut] até ao fim, isso é evidente”, afirmou Yevgeny Prigojine, segundo a sua assessoria de imprensa.

    Prigojine, homem de confiança do Presidente russo, Vladimir Putin, acrescentou ainda que os mercenários da Wagner também devem realizar o seu trabalho até ao fim. Mas, para isso, acrescentou, precisam de mais ajuda do comando militar russo. “Para que as Forças Armadas ucranianas desbloqueiem Artiomovsk, primeiro precisam bloquear os Wagners”, disse Prigojine, acrescentando que está “a bater a todas as portas” para receber reforços e munições.

    Fonte: https://observador.pt/2023/03/07/afi...tar-os-russos/
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    Se fosse esse o único erro estratégico...a guerra está a minar a Rússia a todos os níveis.
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