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Realmente a semelhança é a pronuncia fricativa do /r/ em posição de coda contudo a diferença é que no sotaque carioca há a ocorrência da fricativa velar o que não ocorre na maioria dos estados do país os quais favorecem a fricativa glotal que é tida como mas suave como essa famosa reportagem do Jornal Hoje aponta (aos 3:37):
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Eu já vi gente nova com esse sotaque mais caipira, mas a maioria fala com aquele jeito de paulistano. E não necessariamente só aqui na região. Conheço gente do Norte do Paraná (que é uma região de influência paulista forte) que fala "paulistanês", também (quando eles deveriam falar com algum dialeto caipira de lá ou de alguma região paulista ali próxima). Já vi até gente de Curitiba falando assim (ou quase assim, com aquele sotaque característico deles praticamente sumindo). Não sei o porquê, mas o pessoal nascido de 2000 para cá tem essa tendência. Acredito que seja influência dessas mídias sociais que eles não largam por nada desde criança (que fazem o papel da televisão para a gente que nasceu nos anos 80 e 90).
Uma coisa que eu reparei é que, como eu tenho o sotaque bem forte ainda, às vezes vejo o pessoal mais novo puxando um pouco para o meu dialeto (não sei se inconscientemente) quando ficam muito tempo conversando comigo. E, claro, já vi gente tentando imitar meu jeito de falar, de forma bem grosseira e engraçada.
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Aliás, eu tenho notado esse enfraquecimento desses dialetos mais característicos nas gerações mais novas (não só aqui em São Paulo). O pessoal que eu conheço do Sul (principalmente da região serrana do Rio Grande do Sul) tem o sotaque bem mais "fraco" se comparado com as gerações mais velhas.
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É engraçado que o Rio, que foi durante muitas décadas a capital e meio que o "modelo" do Brasil nunca tenha conseguido influenciar de maneira concreta os dialetos do país (tirando talvez o capixaba e a região ali de Juiz de Fora, em Minas), mesmo na época do rádio. Lembrando que, até um tempo atrás, muitos linguistas consideravam a norma culta do dialeto carioca como a pronúncia padrão e mais "correta" do português no Brasil, sendo considerado meio que o exemplo a ser seguido.
Falo do rádio porque esse veículo teve uma importância cultura avassaladora até a difusão da televisão a partir dos anos 50. O grande número de torcedores de times cariocas por todo o país (especialmente no Nordeste) se dá ao fato das transmissões das partidas dos clubes cariocas para os outros estados nesse período.
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Até aqui no Nordeste, eu mesmo tenho bastante pouco sotaque, só falo "Oxente", "Oxe", ao inves de "Comendo" falo "Comeno", ou as vezes pronuncio palavras como "Barbante" como "Barbanti", mas muito menos que meus avós e bisavós, acredito q com o tempo quase todo o Brasil vai acabar falando algo parecido com o "Brasiliense" do DF, acredito que principalmente pela difusão desde do governo Vargas de uma identidade muito mais "nacional" do que "regional", com bandeiras estaduais sendo até proibidas como formas de evitar nacionalismo regionais intra-brasilicos, ou mesmo as músicas MPB/Rock Brasileiro/Bossa Nova que simplesmente moldaram as ultimas gerações dessa terra, que tinham seu centro cultural nos 3 grandes polos da Bahia, Rio De Janeiro, e menos influentemente São Paulo/Distrito Federal, que eram mais centros econômicos que como consequência acabaram influenciando culturalmente o resto do país, dos 100 maiores artistas brasileiros segundo a Rolling Stone 70 eram da Bahia, RJ ou SP, e mesmo os que eram de outras regiões cantavam canções de origem sotero-carioca/litoranêa, do top 10 todos são fluminenses, baianos ou capixabas, regiões que são todas falantes da variantes meridional do Brasil, e bem parecidas em formação, que quase que criaram um português brasileiro "padrão", com as variantes antes prestigiadas como o Caipira, o Gaúcho e o Nordestino perdendo espaço nacional e cada vez mais sendo influenciado pelos mesmos.
Last edited by Jingle Bell; 02-27-2024 at 06:51 PM.
More Details about my Bahian & Portuguese ancestry:
Spoiler!
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Todo o Centro - Oeste
Minas Gerais
São Paulo
Todos estes dividem um pouco da belíssima cultura caipira.
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Não imaginava que no Nordeste essa mudança também estivesse ocorrendo assim tão rápido. Mas pior que é um fenômeno natural essa mudança de dialetos. Os ingleses de hoje não falam igual no século XVIII, por exemplo. Portugal mesmo sofreu uma grande mudança dialetal a partir do século XVIII (por influência francesa).
O próprio dialeto paulistano de 100 anos atrás é completamente diferente do atual. Também há diferença no dialeto carioca antigo para o de hoje.
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O que vocês acham dos capixabas? Se parecem mais com algum vizinho?
Eu nunca fui ao Espírito Santo, mas já conheci algumas pessoas de lá. Achei que a maioria tinha um sotaque mais parecido com o mineiro do que com o carioca. Eram da capital e arredores.
Alguns capixabas com sotaque mais parecido com o carioca são o Roberto Carlos (cantor) e o Stênio Garcia, mas como eles são artistas, devem morar no Rio há muitas décadas. A cidade deles fica na parte Sul do estado, então pode ser que tenha mais influência fluminense naquela região, também.
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